terça-feira, 10 de novembro de 2009

Origem do F-R-A

O grito académico português ou F-R-A ("éfe-érre-á"), acrónimo de Frente Revolucionária Académica, é um grito exuberante lançado pela comunidade académica portuguesa como saudação de honra ou mera manifestação de alegria.
Criado originalmente na academia de Coimbra como 'arma' de luta política, pensa-se que terá sido dito pela primeira vez pelos quintanistas de Medicina, na noite de 26 de Maio de 1938. O grito é composto por vários motes lançados por uma única pessoa, que soletra sucessivamente F-R-A ("éfe-érre-á"), F-R-E ("éfe-érre-é"), F-R-I ("éfe-érre-í"), F-R-O ("éfe-érre-ó") e F-R-U ("éfe-érre-ú") a que respondem as restantes pessoas presentes. Seguidamente, todos entoam uma segunda parte em coro.
Na versão original, o grito propriamente dito é antecedido de um apelo lançado por quem dá o mote, em termos variáveis, mas mais ou menos semelhantes, ficando o conjunto total com este aspecto (onde apenas a parte após o primeiro "F-R-A" é rígida):

MOTE                                                     RESPOSTA
(a solo)                                                   (em coro)
Então malta, para
este nosso colega,
não vai nada,nada,nada,nada?             Tudo!
Mas mesmo nada,nada,nada,nada?      Tudo!
Então, com toda a cagança,
com toda a pujança
e do fundo do coração,
aqui vai um...F-R-A!                              Frá!
F-R-E                                                     Fré!
F-R-I                                                      Frí!
F-R-O                                                     Fró!
F-R-U                                                     Frú!
                                                               Frá-fré-frí-fró-frú!
                                                               Áli-quá-li-quá-li-quá!
                                                               (bis)
                                                               Chiribiribi -tá-tá-tá!
                                                                (bis)
                                                               Hurra! Hurra! Hurra!






Versão derivada, extra-coimbrã
Como é normal em algo passado de boca em boca e sem palavras efectivas, é possível encontrar várias variantes criadas a partir de deturpações da versão original "canónica". A versão mais ouvida nacionalmente pronuncia, durante o coro, "Ári-quári-quári-quá". Embora incorrecta, é por muitos assim gritada, por ignorância e cópia.
Corrupções frequentes
Há imensas versões erradas do grito académico passadas de boca em boca. Entre as mais comuns:
Áfe-érre-á em vez de F-R-A
Responder "Á", "É", "Í"... em vez de "Frá!", "Fré!", "Frí!"...
Responder "Chiribita-ta-ta-ta" em vez de "Chiribiribita-ta-ta-ta"
Pronunciar "arriqua" ao invés de "Aliqua" (termo latino).

Variantes comuns do mote
Conforme se mencionou, o moto não é absolutamente fixo, pois o grito propriamente dito só se inicia quando se soletra "F-R-A". Talvez a alteração mais frequente seja omitir "do fundo do coração" por algo mais vernáculo:
Então malta, para este nosso colega, não vai nada,nada,nada,nada?
Mas mesmo nada,nada,nada,nada?
Então, com toda a cagança, com toda a pujança e com eles bem no sítio...
aqui vai um F-R-A!
ou
Então malta, para este nosso colega, não vai nada,nada,nada,nada?
Mas mesmo nada,nada,nada,nada?
Então, com toda a cagança e toda a pujança da Academia...
aqui sai um F-R-A!
É também habitual utilizar o soletrar dos "f" em F-R-A, F-R-E, etc. para ir mostrando a capacidade pulmonar do lançador do mote, de forma crescente, até que o F-R-U se torne num longo éééééééééééééééééééééééééééééfe-érre-u!
Outras variantes modificam o "Então malta, para este colega" acrescentando-lhe longas dedicações ou elucubrações: Então malta, para este nosso colega que passou por tudo, lhe pisou em cima, saiu de baixo, revelou grande qualidades e acima de tudo é um gajo porreiro...